quinta-feira, março 03, 2016

O ranço do mal resolvido

"Aquele gosto amargo do teu corpo ficou na minha boca por mais tempo", talvez a intensão fosse só dizer que a pessoa tinha um creme hidratante pouco saboroso. Hoje eu leio/escuto e interpreto como aquele ranço do mal resolvido preso na garganta.

Quem tiver o mínimo de consciência e humanidade, já sentiu a angústia do mal resolvido. Do ter mais o que falar, do escolher não aceitar, do ser obrigado a deixar de lado o que poderia ser uma bela história para contar aos netinhos...

A dúvida é o que mais incomoda: Quero mesmo fazer assim? Sim, porque querer tem mil e uma vertentes, além de nem sempre querer é poder, se vira. Claro, que muitas vezes somos encurralados a escolhas pouco confortáveis. Mas, somos brasileiros, jeitinho é com a gente mesmo. Arruma-se uma saída pela direita e no final, só fazemos o que queremos. Devemos aceitar a escolha e as consequências. É só o que tem pra hoje, vai encarar?

Olho para os lados e não vejo essa saída de mestre. Só sinto a angústia e o choro que prendi o dia inteiro. Acho que estou me tornando alemã.

segunda-feira, novembro 02, 2015

De Quinta

Olhos despretensiosos, mãos suaves, um tom de delicadeza em cada palavra. O que chamou mais atenção? não poderia responder. É um quê de gentileza e poesia que veio encaixar no quebra-cabeça dos dias.

Quinta foi o primeiro dia, agitação, falatório, riso (ou seria gargalhada?) Tudo para encobrir aquela ansiedade vulcão, aquela mania do beijo, aquela vontade de cair nos braços.

O segundo, também foi quinta. Dessa vez sem blá blá blá. A vergonha saiu pra comprar cigarros e nunca mais voltou. Era tanta vontade, tanta lambida e tantos risos. Risos, dessa vez plurais, amplos e irrestritos. Os laços foram desfeitos e refeitos os gemidos.

No terceiro, o cotidiano empurrou para quinta. Agora é oficial esse romance de quinta . Que de longe parecia conto de fadas e de perto era uma dança de chamas. De um jeito distraído, os dias foram sendo tomados por um sentimento de pressa e arrepio. Um paraíso intermitente que transformava a angústia em manhãs de carnaval. 

Hoje, aparo as unhas enquanto espero a quinta chegar.

Leram e gostaram

Né que tem gente que lê...