Poderia ao menos tocar
as ataduras da tua boca?
Panos de linho luminescentes
com que magoas
os que te pedem palavras?
Poderia através
sentir teus dentes?
Tocar-lhes o marfim
e o liso da saliva
O molhado que mata e ressuscita?
Poderia, ao menos tocar
uma fibra desses linhos
com repetidos cuidados
abrir
apenas um espaço, um grão de milho
para te aspirar?
Poderia, meu deus, me aproximar?
Tu, na montanha.
Eu no meu sonho de estar
no resíduo dos teus sonhos.
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