Numa tarde clara e fresca, os lábios ganharam um beijo repentino, foi tão quente e macio que eu não pude me negar, quis saborear a saliva doce que estava naquela outra boca. Eu, em meu ser tão material, não tive argumentos que mantivessem a voz sobre o meu controle.
Este novo lugar úmido apresentava novos horizontes, novas formas de desejo que poderiam ser expressos em não-palavras. A voz se encantou pelas possibilidades de respiração que a aquele canto molhado e doce entregava. E foi embora. Apaixonada pela dona desta morada tenra, uma língua lasciva e laboriosa. Deixou de ser minha serva porque tinha vontade de fazer alguma coisa com fervor, observar a excitação do inesperado, os movimentos precisos e deleitosos, feitos com paixão.
Sei que ninguém poderá me interpretar tão bem quanto ela, mas lá, seus gemidos, sussurros e pausas serão ouvidos.
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