terça-feira, agosto 17, 2010

Vontade de Chorar

Vontade de chorar
Ou quase de sumir
De nunca mais estar por aqui

Querer desabafar

Sem mais reconstruir
Estar no chão e de lá não sair

Eu não quero dizer

Coisas que eu não sei
Ao certo se valem a pena

Eu não quero voltar

Praquilo que eu fugi
Não quero um drama de cinema

Eu só quero dormir

E descansar
Não mais sonhar
Nem me iludir

Eu já cansei

De esperar
Milagres que não
Vão surgir

E eu não sei direito

Se é verdade o que sou ou sinto
Se é que eu minto
Porque minto?
Num minuto já nada existe

E é tão triste

Que nem sinto
A distância
A ausência
Ou o pecado
E o que é errado
Quando não existe mais
O conhecido
“referencial”?

Se eu não sei qual o caminho

Que me leva pro destino
Eu só sigo uma estrada
Que me mantenha distante
De um final não feliz
Eu acho que isso é o que quis
Talvez eu nunca revelei
Mas eu soube
Sem saber
Que um dia alguém ensinei

Com palavras sem certeza

Com olhares de destreza
Como alguém que descobria o momento
Uma revelação

Como algo anunciado

Proclamado e exaltado
Em todos os cantos
Dizia e pregava
Aquilo que nunca acreditei

Que nunca tentei


Que nunca provei


Que nunca gostei


Que nunca perguntei


Que nunca vivi


De Lua Minguante, Publicado no Recando das Letras em 15/01/2007

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