Vontade de chorar
Ou quase de sumir
De nunca mais estar por aqui
Querer desabafar
Sem mais reconstruir
Estar no chão e de lá não sair
Eu não quero dizer
Coisas que eu não sei
Ao certo se valem a pena
Eu não quero voltar
Praquilo que eu fugi
Não quero um drama de cinema
Eu só quero dormir
E descansar
Não mais sonhar
Nem me iludir
Eu já cansei
De esperar
Milagres que não
Vão surgir
E eu não sei direito
Se é verdade o que sou ou sinto
Se é que eu minto
Porque minto?
Num minuto já nada existe
E é tão triste
Que nem sinto
A distância
A ausência
Ou o pecado
E o que é errado
Quando não existe mais
O conhecido
“referencial”?
Se eu não sei qual o caminho
Que me leva pro destino
Eu só sigo uma estrada
Que me mantenha distante
De um final não feliz
Eu acho que isso é o que quis
Talvez eu nunca revelei
Mas eu soube
Sem saber
Que um dia alguém ensinei
Com palavras sem certeza
Com olhares de destreza
Como alguém que descobria o momento
Uma revelação
Como algo anunciado
Proclamado e exaltado
Em todos os cantos
Dizia e pregava
Aquilo que nunca acreditei
Que nunca tentei
Que nunca provei
Que nunca gostei
Que nunca perguntei
Que nunca vivi
De Lua Minguante, Publicado no Recando das Letras em 15/01/2007
terça-feira, agosto 17, 2010
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