Num dia qualquer, num momento leve, num instante em que se viu sozinha, finalmente. Estava livre com seus pensamentos, agora podia escuta-los, pois gritaram a tarde toda e só agora pôde ouvi-los. Coisas confusas de lados diferentes, tanto ideias quanto aquela vozinha que não acredita no potencial das mesmas. No meio dessa balbúrdia mental, levantou os olhos e o viu.
Viu assim de relance, através de uma vitrine de esquina, parecia apressado, com passos largos, retirando os fones de ouvido que o tinham isolado do mundo. Num impulso, o sorriso se estampou e foi ao encontro dele, que distraído, como sempre, nem percebeu sua presença. Um silencio gostoso, pacífico, tênue, delicado, surgiu no momento do toque, este planejado nos poucos segundos da aproximação.
Novamente aquele perfume, o cheiro dele, constatar que seu corpo continua a responder tão bem a este perfume. Surpreso e tímido, mal soube responder ao sorriso espontâneo. Os dois não sabiam o que fazer e nem imaginavam o quanto era bom para o outro estar assim, nesta tensão que eles conheciam tão bem, mas tinham renegado para realizar outras batalhas.
Foram menos de 30 segundos de uma conversa sobre coisa nenhuma, só oi e tudo bem, o que você está fazendo aqui? Respostas esperadas por qualquer um, menos toques, mais timidez, um frio na barriga e uma sensação de "será que eu estou atrapalhando?" despedida, até mais. O silencio tão bom vai embora e agora os pensamentos voltam, mas não barulhentos e confusos, e sim num fluxo ritmado para resolver um problema, entender o porquê de não ter estendido aquela conversa, porque não simplesmente permanecer no silêncio do encontro dos olhos?
A resposta que gritava não resolvia a questão, mas confortava o sentimento de saudade. Na verdade não havia silêncio, o que havia era um interesse tão grande que ofuscava qualquer coisa que pudesse interferir. O desejo. A tensão.
Viu assim de relance, através de uma vitrine de esquina, parecia apressado, com passos largos, retirando os fones de ouvido que o tinham isolado do mundo. Num impulso, o sorriso se estampou e foi ao encontro dele, que distraído, como sempre, nem percebeu sua presença. Um silencio gostoso, pacífico, tênue, delicado, surgiu no momento do toque, este planejado nos poucos segundos da aproximação.
Novamente aquele perfume, o cheiro dele, constatar que seu corpo continua a responder tão bem a este perfume. Surpreso e tímido, mal soube responder ao sorriso espontâneo. Os dois não sabiam o que fazer e nem imaginavam o quanto era bom para o outro estar assim, nesta tensão que eles conheciam tão bem, mas tinham renegado para realizar outras batalhas.
Foram menos de 30 segundos de uma conversa sobre coisa nenhuma, só oi e tudo bem, o que você está fazendo aqui? Respostas esperadas por qualquer um, menos toques, mais timidez, um frio na barriga e uma sensação de "será que eu estou atrapalhando?" despedida, até mais. O silencio tão bom vai embora e agora os pensamentos voltam, mas não barulhentos e confusos, e sim num fluxo ritmado para resolver um problema, entender o porquê de não ter estendido aquela conversa, porque não simplesmente permanecer no silêncio do encontro dos olhos?
A resposta que gritava não resolvia a questão, mas confortava o sentimento de saudade. Na verdade não havia silêncio, o que havia era um interesse tão grande que ofuscava qualquer coisa que pudesse interferir. O desejo. A tensão.
gostei... acho q todos nós passamos por momentos tensos assim.
ResponderExcluirÉ auto-biográfico? Se não, minha leitura foi do ritmo, muito bom, e da concisão, usual. Espero ler mais.
ResponderExcluirNão é Auto-biográfico. É um conto bem antigo até, encontrei nos meus guardados virtuais.
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